Compilação de Natal - Music Ground Podcast


Então você curtiu o nosso podcast e gostaria de ter as músicas para ouvir onde quiser? Aqui está a coletânea do especial de Natal. Espero que apreciem.

Cd1
1. King Diamond - No Presents For Christmas (4:22)
2. Joe Lynn Turner , Bruce Kulick , Bob Kulick , Rudy Sarzo & Simon Wright (4) - Rockin' Around The Xmas Tree (3:21)
3. Twisted Sister - Heavy Metal Christmas (12 Days Of Christmas) (5:14)
4. Gehennah - Merry Shitmas! (3:43)
5. X-Mas Project - White Christmas (3:01)
6. Korn - Jingle Balls (3:27)
7. Ratos de Porão - Papai Noel (1:32)
8. 8Mm - I'll Be Home For Christmas (2:55)
9. Zakk Wylde - White Christmas (2:51)
10. Arcanta - Carol Of The Bells (4:50)
11. Gregorian - Silent Night (3:45)
12. richie sambora - o come all ye faithful (3:06)
13. Blackmore's Night - Christmas Eve (4:20)
14. Rhonda Vincent - Oh Christmas Tree (2:58)
15. Sheryl Crow - The Bells of St. Mary's (4:33)

Cd2

1. Rhea's Obsession & Athan Maroulis - We Three Kings (3:06)
2. Love Spirals Downwards - Welcome Christmas (3:40)
3. Lycia - O Little Town Of Bethlehem (5:15)
4. El Duende - Gaudete, Gaudete (4:10)
5. Human Drama - I Believe In Father Christmas (3:44)
6. Attrition - Silent Night (3:29)
7. Jeff Scheetz - O Holy Night (6:06)
8. MxPx - Punk Rawk Christmas (3:20)
9. Moya Brennan - In Dulci Jubilo (3:43)
10. Within Temptation - Gothic Christmas (2:04)

Para baixar, clique aqui

The Snake Corps


Banda surgida das cinzas do grupo de post-punk Sad Lovers & Giants, o The Snake Corps começa com um gothic rock bem tradicional calcado na new wave, o que vai lembrar, vagamente, o Bauhaus. Mas ele conseguiu ser muito mais do que isso, com diversos traços de rock alternativo, pop rock e outros estilos, dando uma cara de certo modo "moderna" ao tipo de som que se fazia nos anos 80.

1985 - Flesh On Flesh
1990 - Smother Earth
1993 - 3Rd Cup

Musicground Podcast

Bem meus queridos amigos do blog Imaginary Dark. Em mais um projeto ousado de minha parte eu, Fallen Archangel, decidi transformar um podcast que levo a algum tempo em um blog. Agora vocês poderão ouvir o melhor do metal, da música gótica e da eletrônica em um programa semanal, comandado por mim e produzido pela equipe de podcasts do Musicground.

Para acessar clique no banner abaixo


Collide - These Eyes Before (2009)

Country: United States
Genre: Darkwave/Trip Hop
Myspace/Site

Faz um tempinho que eu não posto alguma coisa mas isso eu não podia deixar passar.
Como vcs podem ver pelas músicas, é um álbum só de covers. Pink Floyd, David Bowie, Depeche Mode, Radiohead... mas ainda assim com a cara do Collide.
Bom, eu sou suspeita pra falar mas ficou bem legal.

01. Breathe (Pink Floyd)
02. Nights In White Satin (The Moody Blues)
03. Come Together (The Beatles)
04. Creep (Radiohead)
05. Rock On (David Essex)
06. I Feel You (Depeche Mode)
07. Space Oddity (David Bowie)
08. Baby Did a Bad Bad Thing (Chris Isaak)
09. Tusk (Fleetwood Mac)
10. Comfortably Numb (Pink Floyd)

Download

Imperative Reaction discography

Normalemte eu não sou muito efeito de grupos de EBM, ainda mais quando são norte-americanos (que tendem a misturar uns trecos de pop e trance que ficam intragáveis). Mas o Imperative Reaction quebra isso trazendo uma sonoridade que mescla diversos elementos de rock e mesmo assim não deixa de ser ebm.
Eu se fosse vocês daria uma escutada, vale bastante a pena.

Band: Imperative Reaction
Country: United States
Genre: EBM
Official Site
Myspace
Members: Ted Phelps, Clint Carney, Trevor Friedrich, Adam Vex

2002 - Ruined
2004 - Redemption
2006 - As We Fall
2006 - Eulogy For The Sick Child
2008 - Minus All

Para promover a banda, um clipe

Gothic Rock Superset

Bem, fazia tempo que eu não colocava um dj set aqui. E com vocês, um inteiramente dedicado ao gothic rock.

1. Gary Numan - Dead Heaven
2. Nosferatu - Sucker For Love
3. The Sisters Of Mercy - This Corrosion
4. Suspiria - Allegedly, Dancefloor Tragedy
5. Love Like Blood - Kill The Snake
6. Paralysed Age - Your Coldest Smile
7. Lestat - Baptism
8. The Wake - Procession
9. Pink Turns Blue - The Lost Son Phoenix
10. Angina Pectoris - Femiana
11. Behind The Scenes - Human
12. Judith - Sahara Seas
13. Bell, Book, And Candle - Below
14. The Mission Uk - Butterfly On A Wheel
15. Forthcoming Fire - The termites pride
16. The Eternal Chapter - Through The Darkest Night
17. Age Of Heaven - Armageddon

Download

Créditos da Imagem

David Bowie Discography


É com grande orgulho que o Imaginary Dark traz para vocês a discografia completa deste que é o homem, o cara, o gay e tudo que você possa dizer.

A seguinte biografia do Bowie foi retirada do site Whiplash. Acompanhem:

David Robert Jones nasceu em Brixton, Inglaterra, no dia 8 de Janeiro de 1947. Ao ouvir Little Richard tocando "She's Got It" em 1956, ficou apaixonado por rock n' roll. Ganhou uma foto do seu ídolo, cantando e tocando o piano com uns saxofonistas no fundo. "Eu sabia que não podia ser Little Richard, mas pelo menos eu poderia ser um dos seus saxofonistas, pensei. Assim pedi a meu pai para emprestar dinheiro para comprar um sax. Foi assim que eu comecei."

Seu interesse por música floresceu definitivamente aos 13 anos com as aulas de saxofone. O próximo passo foi conseguir uma vaga tocando em uma banda. Algumas tinham nomes curiosos como George And The Dragons, Bo Street Runners, Kon-Rads ou The Hooker Brothers. Todas contavam com seu grande amigo George Underwood. No caso dos Kon-Rads, a formação incluía também a dupla de guitarras Neville Wills e Alan Dodds, o baterista Dave Cook, e um baixista cujo o nome ficou esquecido no tempo.

Outros nomes de bandas contem óbvias intenções de imitar formulas que deram sucesso em outra banda. As bandas batizadas de The King Bees e The Manish Boys, são nomes derivados de títulos do repertório de Muddy Waters: "I'm A King Bee" e "Manish Boy", como fizeram os Rolling Stones dois anos antes.

As bandas dessa primeira fase de sua carreira, tocavam uma variação de blues e rhythm n' blues típicos da época, com um repertório que incluía entre outras canções, números como "Hoochie, Coochie Man" e "Got My Mojo Working". Ao ler uma serie de artigos sobre o John Bloom, um rico homem de negócios, Davie lhe escreve uma carta apontando para a magnífica oportunidade dele poder promover uma banda talentosa em ascendência. Admirando a ousadia, Bloom respondeu sua carta oferecendo o nome e telefone de um empresário, Leslie Conn. Foi dessa maneira que Davie Jones & The King Bees, cuja a formação era com Roger Bluck na guitarra, Frank Howard no baixo, Bob Allen na bateria, além do George Underwood e o próprio Davie Jones tocando sax, conseguiram o contato com Leslie, que gostou do que ouviu. Inicialmente arrumou alguns shows em clubes como o Marquee, Café des Artistes e o Roundhouse, entre outros. Depois consegue para a banda um contrato com uma subsidiária da Decca, a Vocalion Records. Assim, em Junho de 1964 é lançado o compacto “Liza Jane”/ “Louie Louie Go Home”. Davie cantou e tocou seu saxofone em “Liza Jane”, um black gospel rearrangado por Conn e “Louie Louie Go Home”, regravação do repertório de Paul Revere & The Minutemen. Para promover o compacto, The King Bees tiveram seu debut televisivo no programa da BBC-TV, "Beat Room".

Nessa época Les Conn se associa a Dick James, dono da Northern Songs, empresa que cuida das músicas dos Beatles, mas este se interessou pouco por Davie ou outro protegido de Conn, Marc Bolan. O compacto não rendeu nenhum lucro e a banda pouco depois se dissolveu. O amigo George Underwood, passaria a trabalhar para Mickie Most com o nome artístico de Calvin James até que em 1972, voltaria a trabalhar com David, como desenhista gráfico para MainMan, firma que representaria David Bowie por metade da década de setenta.

Davie então é convidado a se juntar à banda Mannish Boys que também era empresariado por Conn. Logo outra sessão fora marcada, dessa vez para Parlophone, na qual se gravou a primeira canção escrita por Davie, "Take My Tip". Essa gravação oferece elementos mais jazzísticos do que o típico rhythm n' blues encontrada na sua banda anterior. O lado A, contem um cover do clássico de Bobby Bland, "I Pity The Fool". Para gravar a guitarra, foi contratado um sessionman mais experiente, por exigência da gravadora. Seu nome? Jimmy Page. O compacto é lançado em Março de 1965 enquanto a banda prossegue se apresentando como Davie Jones & The Mannish Boys.

Ao vivo, entre outras jogadas publicitaria, costumavam chegar nos shows de ambulância. Tocando no Marquee Club, Davie conhece e namora a futura cantora e atriz Dana Gillespie, então ainda com quatorze anos. A banda excursiona em conjunto com Gerry & The Pacemakers, The Kinks e Marianne Faithfull. Conseguem alguma atenção do publico ao se apresentar na BBC2-TV, no programa "Gadzooks". Mas isso se deve mais pelos cabelos extremamente compridos de Davie para época, quase nos ombros, do que pela música. Uma vez que o cabelo comprido fora introduzido pelos Beatles e reafirmados pelos Rolling Stones e Animals, se tornou uma forma de publicidade para a banda ter os cabelos mais compridos de todos.

Com intuito de atrair mais atenção para si e a banda, Davie coloca um artigo no jornal afirmando que ele fundara uma espécie de sociedade protetora dos cabeludos chamado “The International League for the Preservation of Animal Filament,” ou seja, A Liga Internacional Pela Preservação do Filamento Animal. O anuncio convocava os Beatles e os Stones entre outros a se afiliarem. Uma humorística jogada publicitária que serviu para esquentar as conversas durante o chá, hábito tão inglês, mas não fez muito para sua carreira. A banda volta a gravar na primeira parte de 1965 dois covers, “Hello Stranger”, de Barbara Lewis e “Love Is Strange”, de Mickey & Silvia, mas jamais foram lançados. The Mannish Boys então encerra suas atividades pouco depois.

Davie então se junta a banda The Lower Third em meados de 1965. The Lower Third é formado pelo guitarrista Denis Taylor, baixista Graham Rivens e o baterista Les Mighall que após a gravação do primeiro compacto foi substituído por Phil Lancaster. São essencialmente uma banda mod e que começaram em 1963 na região de Margate até se mudaram para Londres, em 1965. Colocam um anúncio à procura de um vocalista e assim Davie Jones entra na banda. Parlophone, que tinha um interesse maior em Davie Jones do que nos Manish Boys, logo enviam os rapazes para o estúdio e gravam o single “You've Got a Habit of Leaving”/ “Baby Loves That Way”, lançado em Agosto. Produzidos por Shel Talmy que também trabalhara com os Mannish Boys, Talmy era mais famoso por ser o mesmo produtor das duas bandas mod mais conhecidas do momento, The Kinks e The Who. O som no lado A, ficou muito parecido com o que Townshend estava fazendo no Who e no lado B, similar ao que os irmãos Ray e Dave Davies faziam nos Kinks. Mas essa "semelhança" se tornou bem mais perturbadora quando em certa ocasião, durante a checagem de som antes da apresentação do The Lower Third que abriria para o Who, Pete Townshend foi vê-los. Sem muitos rodeios ele se dirigiu a Davie Jones entrando direto no assunto que lhe interessava. "De quem é essa música que você tá cantando?" "É nossa" diria Davie se referindo a sua banda. "É o caralho!" O restante deste dialogo é irrelevante uma vez que se entenda que Pete Townshend diferente de Davie Jones, é um mod autêntico e precisou de algumas pessoas para intervir e evitar uma briga maior.

De fato, durante a carreira de David Bowie, originalidade não é exatamente o seu forte. Ele tem sim uma incrível capacidade de perceber, quer seja por intuição, os detalhes e tendências de real valor artístico mesmo quando a mídia ainda não tenha captado. É desta sua genialidade que ele tira o seu poder para se reinventar, geralmente levando-o para fazer algo novo. Para a direção do que está ainda por vir, enquanto ela ainda está acontecendo em escala menor. Bowie mesmo, na década de noventa, confessaria sobre o que chama de "um efeito esponja", capaz de absorver influências que acabam aparecendo no seu trabalho. Esta é uma das discutíveis habilidades deste grande mentor de várias tendências da década de setenta e oitenta. Em muitas maneiras David Bowie influenciaria a música pop como Andy Warhol foi influência na arte pop, recriando em cima do que já existe.

Davie Jones & The Lower Third gravaram "Can't Help Thinking About Me", "And I Say to Myself", "I'll Follow You" e "Glad I've Got Nobody", todas escritos por David, onde ele começa a compor canções um pouco mais pessoais. Mas antes que pudessem ser aproveitadas, a banda o dispensou.

Voltando um pouco no tempo, conta-se uma história em que, antes de completar 16 anos, David Jones teve uma briga na escola onde seu oponente, munido de um canivete, causou entre outras males, uma ferida no olho que fez com que este dilacerasse permanentemente. O tipo de canivete usado é popularmente conhecido como um bowie-knife e é daí onde David tira o seu pseudônimo. Mas a história real foi uma briga com seu amigo de longa data, George Underwood, por causa de uma garota. George acabou atingindo David, que precisou de três cirurgias para não perder a visão. Porém, sua pupila ficou estática, dando um ar estranho ao rosto do garoto. David, anos depois, “agradeceria” a George pelo ocorrido, explicando que os olhos diferentes deram um visual diferente em sua carreira. David tinha então 14 anos.

David estava cansado de ver seu nome ser escrito de tantas formas diferentes pela imprensa nas poucas vezes que ele e sua banda conseguiam alguma publicidade. Entre 1964 e 1965, já lhe chamaram pelo nome de David, Davy, Davey, Davie e até Daved. Também é certo que haviam outras duas pessoas gravando como Davy Jones na Inglaterra em 1965. Um era cantor de soul, um americano radicado em Londres e o outro era cantor em um musical chamado "Oliver" que fazia muito sucesso. Este mais tarde se tornaria o mundialmente famoso Davy Jones dos Monkees no ano de 1966. Sem falar em um certo David John que já teve material seu incluído como sendo dos King Bees por um equivocado artigo de um jornal.

Cansado dessas confusões, quando Davie Jones assina com a Pye Records em Dezembro de 1965, ele assume o nome de David Bowie. No processo, também muda de empresário, Kenneth Pitt, e de aparência, cortando os cabelos e escolhendo roupas mais sóbrias. Lança o compacto “Can't Help Thinking About Me”/ “And I Say To Myself” gravado ainda com o Lower Third sem creditá-los e este chega ao 34ª lugar das paradas de sucesso, tornando-se o primeiro compacto de David lançado nos Estados Unidos. Bowie segue agora o circuito habitual de clubes com seu "Bowie Showboat", acompanhado de sua nova banda batizada de Buzz. The Buzz foi montada a partir de um anuncio no Melody Makers colocado pelo seu empresário, solicitando músicos. São eles Dek Fearnley no baixo, John Hutchinson na guitarra, que depois seria substituído por Billy Gray de 16 anos, Derek Boyles no órgão e John Eager na bateria. Essa é a formação que se apresentou para o programa televisivo, "Ready Steady Go" em Março de 1966. Embora se apresentem ao vivo com Bowie até 1967, gravam somente um compacto, “Do Anything You Say”/ “Good Morning Girl”. No entanto, The Buzz seria preterido por músicos profissionais para o próximo lançamento da Pye, “I Dig Everything”/ “I'm Not Losing Sleep”.

Após três fracassos consecutivos, Bowie em 1967 muda não só de gravadora, a Deram Records, como de estilo, passando a compor e gravar canções mais teatrais muito ao estilo de Antony Newley (autor da canção "Goldfinger" para o filme do 007, entre muitos outros) abandonando um pouco o rock. Nas primeiras sessões, Bowie volta a utilizar os músicos do The Buzz para o compacto “Rubber Band”/ “The London Boys” como também na gravação de versões para "Please Mr. Gravedigger", "That's A Promise" e "Silly Boy Blue". Mas quando essas canções aparecem no seu primeiro LP, simplesmente intitulado de “David Bowie”, elas já haviam sido regravadas por músicos de estúdio. Ainda assim, Derek Fearnley, baixista do Buzz assiste ao álbum, assinando os arranjos.

O disco recebeu algumas boas palavras por parte da crítica mas teve um fraca vendagem. A Deram tinha um outro artista obscuro que conseguiu vender bem mais com seu compacto de estréia "Mathew & Son". Assim, Cat Stevens permanece na Deram enquanto David Bowie é dispensado. Bowie então desaparece por completo de cena e se hospeda em um mosteiro budista na Escócia permanecendo lá por algumas semanas. Desde o ano anterior, David falava abertamente sobre seu interesse em viajar e conhecer o Tibete e sobre o fascínio que a vida dos monges, vivendo entre as montanhas exerciam sobre ele. Assim, enquanto os Beatles e os Beach Boys descobriam a filosofia hindu, através do Maharishi Mahesh Yogi, David Bowie tira alguns meses de 1967 para viver uma vida de monge no mosteiro budista com os ensinamentos do seu mestre, o monge Chimi Youngdong Rimpoche.

Ao sair, junta-se a Lindsay Kemp para estudar mímica com seu grupo teatral. No grupo conhece Hermoine Fatheringale, menina com quem Bowie tem um relacionamento intenso embora curto. Encenam diversas mini-peças pela Europa como a chamada "Pierrot in Turquoise", apresentada em festivais gratuitos em Edimburgo e em Praga. Esta conta a história de Pierrot, o palhaço que trocou sua camisa por uma flor para entrega-la à sua amada Columbina. Ela porém preferiu o buque de flores oferecido por Arlequim. Com isso Pierrot troca sua flor por uma corda e se enforca. Além de representar, a trilha sonora das peças são compostas e cantadas por Bowie.

Em final de 1968, Bowie funda um misto de trio folk e grupo de mímica, na qual batizou de Feathers. O trio incluía Hermoine Fatheringale e o amigo John Hutchinson, ex-guitarrista do Buzz, os três nos vocais e violão. O grupo durou o tempo do namoro mas antes de terminarem, gravaram "Chin-A-Ling" e "Back To Where You've Never Been" que nunca foram lançados. Bowie trabalhou ainda em um projeto de um curta metragem que ele mesmo escreveu e a BBC recusou, em fevereiro de 1969, chamado “Love You Till Tuesday”, na qual "Sell Me A Coat" do seu álbum de estreia, foi remixado para incluir as vozes de Fatheringale e Hutchinson. Ele também regrava para o programa "When I Live My Dream", "Love You Till Tuesday" and "Let Me Sleep Beside You". Esse material seria finalmente disponível para o publico em 1984 graças as mãos de Kenneth Pitt, seu agora ex-empresário, que junto com o video, lançou uma coletânea homônima reunindo compactos desse período.

Ao se separar de Hermoine em 1969, David continuou um tempo apresentando folk como um duo mas logo desmantelou a pareceria. Trabalhou em um filme chamado "The Image" e depois consegue uma ponta em "The Virgin Soldier", filme que passeia entre a comédia e o drama. Tenta mas não consegue uma parte no musical "Hair" e monta um demo com sua última composição, "Space Oddity". Funda então The Beckenham Arts Lab, outro grupo teatral de multi-midia, porém com intuito de angariar fundos para a manutenção desse seu laboratório, assina um contrato com a gravadora Mercury a quem apresenta seu último demo. Sai então pela Phillips que tem contrato com a Mercury, o compacto “Space Oddity”/ “Wild Eyed Boy From Freecloud”, em Julho.

É no Beckenham Arts Lab que ele conhece Maria Angela Barnett em Abril de 1969. Angie, como passou a ser chamada, teve um papel importante nesta fase de sua carreira. Ela injetou confiança que lhe faltava, o que empurrou a sua convicção para este novo trabalho. O resultado foi um contrato para o disco, lançado em Novembro, chamado apenas “David Bowie”, que no mercado americano saiu com o nome “Man of Words, Man of Music”. O álbum passeia pelas influências artísticas que aconteciam em Londres nesta época. O disco abre com “Space Oddity”, compacto lançado meses antes. Uma interessante canção sobre o homem no espaço, tema muito em voga com Neil Armstrong prestes a andar na Lua. "A Letter To Hermoine" e "An Occasional Dream" são inspiradas em Hermoine, um relacionamento já extinto mas que voltaria a servir de musa em trabalhos futuros como em "She Shook Me Cold". Mais tarde seu álbum seria novamente rebatizado de “David Bowie - Space Oddity” pela RCA, em 1972. O compacto com a canção homônima, "carro-chefe" do disco, faz bastante sucesso no Reino Unido tornando o nome David Bowie, se não famoso, pelo menos conhecido. A boa aceitação desta canção também serve para demonstrar a Bowie que ele deve concentrar seus talentos em música.

Bowie passa a andar com o amigo Marc Bolan e começa a abrir alguns shows do Tyrannosaurus Rex com suas apresentações de mímica. Bowie casa com Angela Bowie em Março de 1970 e nasce Duncan Zowie Haywood Bowie, seu filho desta união. Lança no mesmo mês que seu casamento, o compacto “The Prettiest Star”/ “Conversation Piece”, já pela Mercury, tendo a participação de Marc Bolan na guitarra. Logo David está excursionando com Bolan, abrindo seus shows com sua banda recém formada chamada Hype. A formação inclui Tony Visconti no baixo, Mick Ronson na guitarra e John Cambridge na bateria. Todos fantasiados de um personagem previamente selecionado. Bowie era o Pirateman, Robson, o Gangsterman, Visconti, o Superman e Cambridge, o Cowboyman. Apesar da boa aceitação do publico, a banda logo se desfaz. A nota positiva é que a experiência serve para unir David Bowie a Mick Ronson. Imediatamente começam a trabalhar juntos no material para um novo álbum. Ronson convoca Woody Woodmansey, baterista de sua antiga banda Rats que assume o lugar de Cambridge enquanto Tony Visconti além do baixo, atua como produtor deste LP intitulado de "The Man Who Sold The World". Com este trabalho de rock pesado, algumas pessoas procuram apontar para a guitarra de Mick Ronson neste trabalho como o nascimento do Heavy Metal. Pena que o disco passa despercebido.

Para a capa, Bowie cria uma imagem assustadora para a estética masculina da época, pousando deitado em um divã usando um vestido longo com os cabelos novamente longos e soltos. A capa chega a ser censurada nos Estados Unidos substituído por um desenho com um sujeito de chapéu de cowboy e um rifle no estojo. Bowie procura chamar atenção para sua interpretação mais teatral e fala de suas concepções de como um show de rock deva ser. A falta de vendas do disco apressou a dispensa por parte da Mercury que a esta altura estava mais interessada em investir no seus novos astros, Rod Stewart e Elton John.

Em Abril de 1971, vai aos Estados Unidos com seu agente Tony De Fries, munido de uma fita demo com material do seu próximo disco. Com o intuito de ser conhecido neste mercado, faz algumas poucas apresentações e muitos contatos. Antes de sua estréia em solo americano, declara para a imprensa americana: "Eu recuso a me ver como medíocre. Para ser medíocre largo a profissão. Já existe mediocridade suficiente no ramo. (...) Minhas apresentações terão que ser uma experiência teatral para mim tanto quanto para o público. Caso alguém considere essas coisas como jogadas publicitárias ou distrações que obscurecem a verdadeira mensagem musical, então não venham aos meus concertos".

Bowie e De Fries estreitam contatos com algumas gravadoras. Quando parecia que a United Artists iria fechar negócio, a RCA pula na frente oferecendo uma proposta irecusável para um artista ainda por se firmar. É bom lembrar que a RCA nesta época ainda vivia, no que se refere ao rock, salvo exceções, dos discos do Elvis Presley e queria muito mudar esta imagem para uma mais moderna. Seu representante Dennis Katz, em menos de um ano, contrata The Kinks, Lou Reed e queria de qualquer mandeira este artista que gostava de usar vestidos. A visão empresarial é de que o choque seria uma tática benéfica para a imagem "moderna" que Katz queria para a gravadora. Isso por si só pagaria em publicidade o investimento na carreira de David Bowie. De Fries embora tivesse outras opções, entendeu o momento da RCA como sendo de uma gravadora que não interferiria com a conduta que seu artista queria seguir e o contrato foi assinado.

Em Los Angeles, Bowie fez questão de querer conhecer um artista na qual ele ouvira muitas histórias de loucuras mas que não conhecia realmente direito. Então foi organizado pela MainMan, firma da qual Bowie se associou junto com De Fries no ano anterior, um almoço de negócios em que estaria presente ele, o único artista que Bowie pessoalmente solicitou conhecer, Iggy Pop. Mantendo a fama de indisciplinado e displicente, Iggy não apareceu na hora marcada, chegando muito tempo depois. Sentou-se nervosamente e foi logo explicando que não poderia ficar muito pois tinha que dar continuidade no seu tratamento de metadona, droga injetável utilizado para amenizar e possivelmente curar viciados em morfina ou heroina. Da mesma maneira que chegou, Iggy partiu e Bowie simplesmente ficou encantado. A honestidade nua e crua, a suas expressões no estilo "direto ao ponto", somados ao respeito a sua música que Bowie conhece através dos dois discos dos Stooges, o conquistaram por completo.

A RCA lança então seu disco Hunky Dory, um álbum mais acústico que conta com a participação de Rick Wakeman nos teclados. O carro-chefe "Changes" consegue uma certa divulgação dentro dos Estados Unidos e no Reino Unido. Sua insatisfação com a carreira porem obriga-o a criar outra metamorfose. Com a assistência do estilista Kansai Yamamoto que cria todas as roupas de seu novo personagem, e de uma cabeleireira amiga, que cria o tom exclusivo de vermelho-cenoura para o seus cachos loiros, Bowie encontra seu novo visual. Busca no peso encontrado no seu álbum "The Man Who Sold The World" para o som do seu próximo álbum. Com a saída de Tony Visconti, ocupado demais trabalhando com T. Rex, convida o baixista Trevor Bolder, a quem conheceu através de Ronson, para a vaga.

Mas a alma desta nova criação de Bowie fica por conta das influências de um cruzamento entre o glitter de Marc Bolan com a atitude agressiva e suicida de Iggy Pop, mais uma pitada de Vince Taylor, um dos primeiros roqueiros inglês da era pré-Beatles de 1958. Durante a década de sessenta, Vince Taylor se mudou para França onde teve ainda mais sucesso até se auto intitular de ‘Jesus Cristo na terra’ em pleno palco, o que o levou a quase ser linchado. Como próximo passo, David Bowie divulga ser bissexual para a “Meldoy Maker”, uma tática para chamar atenção para si, como também para o disco e excursão que seriam lançados. Como o termo era ainda desconhecido para muitos, David foi obrigado a ter que explicar especificamente o seu significado. O choque incendeia a imprensa. Rock and roll perde definitivamente a sua inocência. Nasce o alienígena andrógino pop star, Ziggy Stardust e sua banda The Spiders From Mars.

O LP, com seu título pretensioso, “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars”, é até hoje tido como obra-prima roqueira do artista, que é a partir deste momento tratado como mega estrela pela mesma imprensa que o ignorara um ano antes. Com uma excursão européia na primavera e americana no outono, as apresentações chocam em concepção e modernidade, com diversas trocas de roupa durante o espetáculo, hoje relativamente comum mas até então, nunca visto em um "simples show de rock". Com ares futuristas, levemente baseados no filme recém lançado Laranja Mecânica, maquiagem, luz e todos os elementos do teatro são incorporado no show, na banda e na música. Nunca o rock teve um elemento de dramaturgia teatral tão presente e imbuído no contexto das apresentações. E o mais importante, Bowie enquanto "performer" convence. Seus movimentos são estudados e coordenados, reforçados pela suas experiências com mímica, diferente de pulos e danças aleatórias que se via entre o seus iguais. Um detalhe importante sobre Ziggy: o conceito do disco e do personagem já existiam desde 1971, mas o cantor foi convencido pela RCA a lançar “Hunky Dory” antes, guardando Ziggy para um futuro próximo.

Entre 1972 e 1973, David Bowie excursiona Europa e Estados Unidos duas vezes além de uma passagem pelo Japão. Produz durante o verão de 72 o disco de Lou Reed, "Transformer", convence os Stooges a continuar suas atividades, sugerindo a RCA a contratação de Iggy Pop e sua banda e produz o novo LP do grupo, "Raw Power". Quando soube que a banda Mott The Hoople iria se desfazer em função dos sucessivos fracassos na tentativa de se conseguir um hit, Bowie se oferece para produzir o seu próximo álbum. Ele também oferece "All The Young Dudes" canção que se tornaria o primeiro hit do Mott, chegando a terceiro posto no Reino Unido e acaba por torna-se hino homossexual glitter da década de setenta

Bowie depois grava e lança seu próprio disco, "Aladdin Sane" em Abril de 1973, um título que é na verdade um trocadilho com a frase ‘A lad insane’, um rapaz insano e com ‘A Land Insane’, que segundo Bowie “era a imagem que a América passava aos seus olhos”. O álbum é um espécie de resumo das impressões de Bowie durante sua primeira excursão americana, fortemente inspirado pelo livro "Vile Bodies" de Evelyn Waugh. No lugar dos teclados de Rick Wakeman, Bowie contrato o americano Mike Garson que no piano, cria climas extraordinários neste disco e em especial, nesta canção título. Igualmente em “Time”, onde Garson conta que resolveu dar um toque renascentista após ouvir a interpretação de David durante os primeiros ensaios. Em seguida, Bowie lança um álbum de covers chamado “Pin Ups”, em homenagem aos artistas britânicos dos anos 60 que o marcaram, antes de uma apresentação final da turnê de Ziggy Stardust.

No dia 3 de Julho, no Hammersmith Odeon em Londres, David anuncia para todos, depois da última música, que nunca mais se apresentaria novamente. Este show é registrada em um filme que só chegaria ao mercado em 1982. O show teve duração de duas horas e o filme, inicialmente de 110 minutos acabou saindo com apenas 90 minutos, com o corte de “Jean Genie” que incluía a participação de Jeff Beck, já que o guitarrista ficou insatisfeito com sua participação e pediu que a música fosse retirada, amigavelmente atendido por Bowie.

Quanto à aposentadoria precoce, é claro que Bowie se referia ao personagem Ziggy Stardust. Sem terem recebido um aviso prévio, Bolder e Woodmansey pensaram que Bowie estivesse brincando, não acreditando e foram dispensados. Mick Ronson segue uma curta carreira solo ainda como artista da MainMan antes de se juntar no final de 1974 a Mott The Hoople e Bowie passa a trabalhar em seu próximo espetáculo, uma adaptação musical para o livro ‘1984’ de George Orwell. Porém como ele não consegue os direitos autorais, já que a viúva do escritor alega que não queria um “depravado” usando o livro mais famoso de seu ex-marido, transforma tudo em material do seu próximo disco, “Diamond Dogs” lançado em 1974.

Cada vez mais interessado musicalmente em soul americano, muda novamente seu visual e excursiona os Estados Unidos vestido em um terno de cor sóbria e cabelos curtos. Essa excursão é considerado até então, seu trabalho mais caro pois pela primeira vez, todo o palco é planejado e seu desenho e estruturas são levados de cidade em cidade de caminhão e é também a primeira vez que é utilizado um guindaste em espetáculo de rock, prática que depois seria normalmente adotada. Tal audácia custou cerca de $200.000, uma soma absurda para produção e por causa dos custos a excursão nunca chegou a Inglaterra. Bowie contrata Carlos Alomar para organizar a parte musical e tira da sua apresentação em Filadélfia, material para o seu primeiro álbum ao vivo, “David Live”. A mudança espanta seu público como também a imprensa e sua fama de camaleão começa a se espalhar.

Mas durante a extravâgancia do personagem Ziggy, sua vida amorosa foi bastante agitada. Bissexual declarado, casado com outra bissexual, sua relação com Angie foi progressivamente perdendo interesse para o seu sucesso profissional. Neste período, Bowie mantinha uma estável relação triplice com Amanda Lear, musa de Salvador Dali; Cherry Vanilla, uma ex-groupie e atriz de filmes do Warhol que se tornou seu relações públicas; e Ava Cherry, uma cantora negra; além de sua esposa Angela Bowie. Angela só se incomodou com a inclusão de Ava Cherry, com quem seu santo não cruzava e acabaria causando o fim do casamento dela com o marido. Outras relações ocasionais e paralelas conhecidas ou especuladas incluem Romy Haag, modelo alemã; Oona Chaplin, esposa de Charlie Chaplin; e Elizabeth Taylor, esposa de Richard Burton. Controvérsias sobre seu relacionamento com Lou Reed em plena fase “Transformer”, Mick Jagger e Nureyev também existem.

Apesar de todo o sucesso, Bowie descobre que está arruinado financeiramente, por culpa de seu empresário. Para manter os absurdos custos de produção e conforto durante a excursão, De Fries usa dinheiro adiantado que conseguira da RCA para sanar estes custos, sem avisar o cantor. Para piorar, De Fries conta que David e ele não eram sócios da MainMan, sendo a empresa apenas de DeFries e David apenas um artista a mais. É nesta época também que Bowie começa a fazer uma dieta “branca”, já que só tomava leite e fazia um uso cada vez maior de cocaína. Acaba rompendo com a produtora e com Angela. Contrata uma assistente particular chamada Corinne Schwab, uma poliglota que foi criada na Índia, Haiti e México. Juntos passam a morar no Estados Unidos pelos próximos dois anos. Além de cocaína, Bowie também passa a se interessar pelas obras literárias de William Burroughs e Christopher Isherwood.

Bowie continua em Filadélfia se cercando dos melhores músicos disponíveis e grava o Lp Young Americans, uma ode a música soul americana. A canção "Fame" é uma pareceria inesperada entre ele, Carlos Alomar e John Lennon. Conta a historia que Lennon no estúdio, para a gravação de sua "Across The Universe", puxou o riff que ficou característico da canção nova, soltando em seguida um agudo "fame!" (fama). Em cima deste momento de inspiração começaram a compor a canção com a assistência de Alomar. A letra é praticamente toda do Bowie e o resultado final é gravado no mesmo dia. A canção coroa Bowie com seu primeiro No.1 na terra do Tio Sam enquanto "Young Americans" faixa título, leva Bowie a uma apresentação no programa de TV americano Soul Train, convite raro para um artista branco.

Bowie em meio ao seu sucesso americano, viaja para Novo México assumir o papel principal do novo filme de Nicolas Roeg, "The Man Who Fell To Earth". A película conta a historia de um alienígena que chega na Terra para comprar água, coisa escassa no seu planeta porém abundante neste. Mas apesar de seus conhecimentos avançados, ele tem problemas para se adaptar. Criticas favoráveis estabelecem novamente David Bowie como um talento raro que consegue dominar diversas formas de arte, todas com brilhantismo.

Em Los Angeles, onde passa a morar, Bowie grava e lança "Station To Station" onde ele leva sua interpretação de soul para um mundo mais avante-garde e eletronicamente inspirado. O disco contem impressionantes interpretações como em "Wild Is The Wind" e a própria "Station To Staion" e hits como "Golden Years" e "TVC-15". O álbum também inaugura um novo personagem que Bowie assume. Depois de três longos anos e diversas tentativas, Bowie finalmente consegue exorcizar Ziggy Stardust totalmente de sua persona com o “Thin White Duke”, um sujeito mais cool, distante e alinhado, que no entanto provoca um grande polêmica quando chega em Londres, em uma estação de trem. Perante ao público, David, de forma irônica, faz uma saudação nazista, causando um escândalo imenso. Bowie nega qualquer involvimento com nazismo e afirma que ele apenas saudou a população normalmente, no entanto um fotografo, captou o momento em certo angulo que fez sua saudação se parecer como algo nazista. A polemica manteve seu nome nos jornais enquanto David se preparava para excursionar Estados Unidos e Europa no que chamou de "The White Light Tour" com interpretações levemente inspiradas em Bertolt Brecht.

Conforme seu envolvimento com cocaína, seu egocentrismo aumenta e criticas surgem. Preocupado em mudar seu ambiente para que essa mudança reflita em sua música, Bowie após deixar os Estados Unidos, passa um curto período em Londres, antes de seguir desta vez para Berlim. Morando em um apartamento modesto na area de Schoneberg, bairro turco da cidade, em cima de uma oficina mecânica, Bowie volta a viver uma vida mais simples, fazendo ele mesmo suas compras e sua comida. É aqui que Bowie deixa seus tempos de cocaína para trás, passa a esquiar, estudar arte e pintar. Se envolve com música eletrônica alemã a ponto de influenciar por completo seus próximos álbuns, gravados com a ajuda de Brian Eno. São eles primeiramente “Low” e posteriormente "Heroes". Ambos, em retrospectiva, serão considerados por muitos, altamente influentes para a geração pós punk e o movimento dark da década de 80.

Sobre suas influências, Bowie define assim a cidade, "Berlim é uma cidade curiosa que contribui para que você escreva somente sobre o que é importante. Todo o resto você sequer menciona. O resultado é Low." As gravações desses discos foram marcadas pela velocidade e simplicidade em que foram feitos. Todas as bases de "Heroes" por exemplo, foram concluídas em pouco mais do que dois dias. Todas as faixas no álbum são do primeiro take. Houveram segundo takes mas todos foram aquém e dispensados. Robert Fripp quando entrou no projeto, chegou direto do aeroporto vindo de Nova York, para o estúdio. Enquanto montava seu setup ia ouvindo as bases. Em uma sessão de seis horas ele fez tudo que aparece nos álbuns e foi embora. Tudo de primeira. Carlos Alomar também merece menção honrosa pela capacidade de bolar as melodias engenhosas com a mesma velocidade com que Bowie definia suas idéias para a banda.

Depois que toda parte musical fora gravada, Bowie começou a escrever as letras para então gravá-las, sendo exceção a "Sons Of The Silent Age". A letra de "Heroes" Bowie contaria depois, saiu de uma observação feita durante as sessões de gravação. "No estúdio havia um janela que dava para o Muro. Debaixo de uma das guaritas onde havia sempre um soldado, ficava um banco público. Todos os dias por volta da mesma hora, um homem e uma mulher, vindo de lados opostos se encontrariam no banco e namoravam. Eram amantes, sem duvida." Ao assistir aquele namoro travado de baixo de uma guarita militar, ao lado de um dos maiores símbolos de repressão de nossa era, Bowie se inspira à criar a letra de uma das suas canções mais populares deste período.

Entre o lançamento de um disco para o outro, ainda em Berlim, Bowie se envolve novamente com Iggy Pop produzindo seus dois álbuns "The Idiot" e "Lust For Life", trazendo a carreira de seu amigo de volta a um lugar de destaque. Bowie seguiu o restante do ano excursionando com Iggy como seu tecladista, só voltando a cuidar de sua própria carreira no ano seguinte. Neste período Bowie também consegue superar seu pavor de voar passando a viajar de avião ao invés de trem.

Antes do ano terminar, Bowie teve sua segunda oportunidade como estrela de cinema ao lado de Sydne Rome, Kim Novak e Marlene Dietrich no filme "Just A Gigolo". O filme conta a historia de um aristocrata prussiano durante a fase de desemprego na Alemanha após a Primeira Guerra Mundial. Decadente, se vira graças ao seus dotes com mulheres e homens para novamente subir socialmente. Em 1978, Bowie volta a fazer uma excursão mundial cujo o resultado aparece no excelente álbum duplo Stage.

Bowie encerra a década de setenta novamente ao lado de Brian Eno para mais uma parceria, desta vez gravando em Berlim, Nova York e Suíça. Lodger, lançado em Maio de 1979, fecha uma trilogia com Eno e inaugura os vídeos musicais de sua carreira, todos seriam explorado através de uma nova mídia, a MTV. Em Lodger, além de Brian Eno, e pela primeira vez, trabalha com Adrian Belew e Reeves Gabriel a quem redescobriria como músico e com ele fundaria The Tin Machine na década de noventa. A parceria de Eno foi fundamental a carreira de Bowie, no entanto Eno não é o produtor dos discos de sua fase alemã, como muitas vezes é dito. Tony Visconti foi o responsável pela produção de todos estes álbuns.

Em 1980, Bowie encerra uma fase e inicia outra. Na esfera pessoal ele se divorcia oficialmente de Angela Bowie. Ele muda o nome do seu filho de Zowie para Joey, tendo retomado o relacionamento com ele, no ano de 1977, ainda morando em Berlim. A chegada do seu filho na sua vida, que tinha sido até então afastado pela demanda do estrelato e a responsabilidade assumida por David por cria-lo, dá ao artista uma forte base para querer definitivamente se limpar das "impurezas" da década anterior. Com o movimento neonazista que ressurgia, Bowie preocupado com o ambiente pesado que se instalou e seus efeitos sobre Joey muda-se para Nova York.

No plano profissional, ele fecha a década com outro grande álbum, "Scary Monsters (And Super Creeps)" conseguindo manter muito do clima explorado em seus últimos três álbuns com Eno porém em um formato mais acessível para rádio e televisão. O disco além de contar com Robert Fripp, Carlos Alomar e Tony Visconi, tem a participação de Pete Townshend na música "It's No Game". Aparentemente, já passados quinze anos, as diferenças entre os dois foram esquecidos. Muito se falou de "Fashion" uma canção que comenta sobre fascismo e paixão, enquanto observa a velada militança da juventude classe média européia. Os vídeos de "Fashion" e "Ashes To Ashes" são marcados como padrão a ser seguido.

Bowie então dá uma guinada na sua carreira e foge novamente do mundo do rock. Estreia na Broadway, Mecca do teatro, a peça "O Homem Elefante", onde a critica o considera excelente. Ele impressiona por convencer no seu papel de um homem com elefantíase, sem o uso de maquiagem, só na força de sua expressão corporal. Grava uma parceria com Freddie Mercury para o Queen em 1981 chamado “Under Pressure” e depois participa com banda, no filme “Christina F Wir Kinder” (Christina F, Drogada e Prostituída) onde a personagem principal vai a um show do Bowie com os amigos. Tanto o filme como a trilha sonora são lançados em 1982. Muda-se com o filho para Suíça e em 1982 sai “The Hunger” (“Fome de Viver”) de Tony Scott, um filme sobre vampirismo onde Bowie contracena com Catherine Deneuve e Susan Sarandon. A trilha sonora do filme inclui Bauhaus, que também aparecem na abertura. Durante as filmagens, Bowie tem um rápido caso com a Susan Sarandon.

Ele então representa para BBC-TV a peça "Baal" de Bertolt Brecht da qual ele também grava um álbum com a trilha sonora. Novamente, a critica o reverência. RCA coloca no mercado o filme/vídeo do último show de Ziggy chamado apropriadamente “Ziggy Stardust And The Spiders From Mars Live”, como também o álbum duplo com sua trilha sonora. Bowie ainda no ano, compõem outra dupla com Giorgio Moroder cantando "Cat People Theme (Putting Out Fire)" para a trilha da refilmagem de "Cat People" feita por Paul Schrader. Antes que este particularmente produtivo ano termine, Bowie volta ao Oriente, em uma ilha do Pacífico Sul, para filmar “Happy Christmas Mr. Lawrence” (no Brasil, “Furyo, Em Nome da Hora”) primeiro filme em inglês do cineasta japonês, Nagisa Oshima. No filme, seu personagem tira força para enfrentar a tirania do seus carcereiros, da culpa que sente em relação a ter abandonado seu irmão menor a sua própria sorte. Bowie considera o filme, um pequeno naco de sua vida, já que seu meio-irmão Terry, que David tinha como inspiração nos anos 60, vivia em um sanatório. Terry se suicidaria no dia 16 de janeiro de 1985, em Cane Hill.

Contam que Bowie levou com ele para a ilha apenas algumas fitas cassette de gente como James Brown, Albert King, Johnny Otis, Buddy Guy e mais algumas bandas de R&B do seu tempo de adolescência. Isso pode explicar o clima dançante do seu próximo disco. Em 1983 Bowie assina contrato com a EMI, sua nova gravadora e em seguida contrata o baixista da banda Chic, Nile Rodgers para produzir seu novo disco. O álbum "Let's Dance", gravado e mixado no tempo recorde de três semanas, se torna um sucesso estrondoso. A banda montada por Rogers é um misto de novos e veteranos músicos de estúdio. Omar Hakim, baterista do Weather Report está na maior parte do projeto, mas deixa Tony Thompson, baterista do Chic tocar em três canções. Carmine Rojas, baixista de Propaganda, banda que acompanha Nona Hendryx, deixa vaga só em uma faixa para Bernard Edwards, outro membro do Chic participar. Sammy Figueroa e Rob Sabino, ambos do Chic, cuidam da percussão e teclados respectivamente. Completando a receita, os naipes ficam por conta dos Asbury Jukes. Para a guitarra porem, é David Bowie quem convida um ainda desconhecido Steve Ray Vaughn. A canção título, assim como a "Modern Love" e "China Girl" tocam seguidamente nos quatro cantos do mundo. No vídeo de "China Girl", contracena com Bowie sua então namorada, a modelo chinesa Jee Ling. Bowie então inicia uma excursão mundial, o "Serious Moonlight Tour", tocando apenas em estádios, todos com a capacidade máxima lotada, o que ainda lhe rende um vídeo e a marca de ser o artista que mais lucrou financeiramente no ano.

Bowie segue o restante da década em um período menos criativo. Seu disco "Tonight" embora tenha vendido relativamente bem, é uma decepção aos ouvidos da critica. Em 1985, ele regrava ao lado de Mick Jagger, "Dancing In The Streest" como parte de uma pacote de doações para o projeto chamado Live Aid Concert que conta ainda com sua participação ao vivo. Apesar de Mick Jagger também participar do concerto, os dois amigos somente cantariam juntos ao vivo em Julho de 1986 no Wembley Stadium para o Prince's Trust Concert.

Bowie participa de filmes como "Into the Night", em 1985, "Absolute Beginners" e "Labyrinth" em 1986, todos relativamente fracos em vendagem. Em “Absolute Beginners”, Bowie surpreende em um numero inesquecível de sapateado. Uma curiosidade é saber que ele tomava aulas de sapateado, aprendendo a coreografia da sua cena, enquanto fazia as filmagens de “Labyrinth”. A critica o congratula pelo seu senso para comédia, área em que ele ainda não havia experimentado. “Labyrinth” segue em uma linha mais leve e também engraçada com Bowie contracenando com os bonecos inventados por Jim Henson, chamados muppets. As trilha sonoras destes filmes trouxeram alguns hits como "Absolute Beginners" e "Underground".

De volta ao estúdio, trabalha também como produtor de mais um disco do seu amigo Iggy Pop, o LP "Blah Blah Blah" gravado na Suiça. Lá, esquiavam durante o dia e escreviam material à noite. Depois desceram até Montreux para gravar. O esquema funcionou tão bem e foi tão agradável que Bowie resolveu ficar por mais um tempo e preparou e gravou material para o seu disco, "Never Let Me Down". Quando perguntaram Bowie porque ele sempre regrava material de Iggy Pop, ele responde de imediato "Algumas pessoas gostam de gravar Chuck Berry ou Elvis. Eu gosto de gravar Iggy Pop! Para mim, ele é o meu compositor contemporâneo favorito e um dos melhores ainda vivo. Embora ele já é bem mais conhecido, ainda considero-o terrivelmente mal cotado pela industria".

O disco "Never Let Me Down" oferece os talentos de Carlos Alomar e Peter Frampton nas guitarras, Carmine Rojas no baixo e Erdal Kizilcay em praticamente todo o resto, ou seja, teclados, bateria, violino e trumpete. Apesar de ser considerado um trabalho fraco e aquém pela a critica e público, Bowie levou o "Glass Spider Tour" para EUA, Europa e Japão com praticamente a mesma banda do disco, incluindo Frampton com mais Alan Childs na bateria e Richard Cottle nos teclados.

Uma vez terminada a excursão, Bowie imediatamente voltou para o estúdio com uma nova banda, Tin Machine. Com ele, gravaram os irmãos Tony e Hunt Sales, filhos do famoso comediante americano Soupy Sales. Respectivamente baixo e bateria, eles trabalharam anteriormente com Bowie quando eram da banda do Iggy Pop em 1977. Com Iggy, gravaram "Kill City" e "Lust For Life" além de excursionarem a maior parte do ano, tendo Bowie como tecladista. Bowie reencontrou Tony durante a última excursão e falou empolgado sobre um guitarrista com quem ele queria formar uma banda e estendeu o convite aos irmãos Sales. Junto com essa poderosa cozinha veio o guitarrista Reeves Gabrels, pouco conhecido, mas que já havia trabalhado com Bowie no álbum Lodgers em 1979. Agora, dez anos depois, faz o importante papel de guitarrista principal da nova banda de um astro multi-facetado. Mas diferente das demais bandas na carreira do Bowie, essa é uma banda idonia. O lucro é divido entre os quatro e cada um responde pela suas despesas.

Para o disco, Bowie contrata Kevin Armstrong (ex-Aztec Camera) para guitarra rítmica e Tim Palmer como produtor, levando todo mundo para Suíça e gravando o álbum lá. Em algumas semanas a banda gravou mais de trinta canções escolhendo uma delas como nome da banda. Quando o álbum sai em Maio, percebe-se claramente que Bowie estava realmente se afastando do tipo de música que marcou sua carreira na última década, apresentando um som com muita guitarra, dissonâncias e feedbacks, que lembra para muitos, um cruzamento entre Sonic Youth e Pixies. A banda estreia ao vivo em Junho e passa parte de 1989 tocando em pequenos clubes pela Europa, fugindo de estádios como que procurando primeiro uma identidade própria. No final de Junho, o primeiro compacto é lançado, “Under The God”/ “Sacrifice Yourself” , esta ultima não incluída no álbum, é lançado mas só chega a No. 51.

Ainda em 1989, ele remasteriza todo o seu catálogo pela RCA e lança tudo em CD pela Rykodisc. Antes do lançamento porém, segue com Tin Machine para Austrália onde escrevem e gravam vinte e cinco músicas para o futuro álbum da banda. Em seguida, excursiona e promove o show e coletânea "Sound + Vision" da qual Bowie garantia que, após esta excursão, ele aposentaria de vez todo material antigo do seu repertório, nunca mais tocando músicas como Ziggy Stardust ou Space Oddity ao vivo novamente. Sua banda incluía, Erdal Kizilcay no baixo, Adrian Belew, na guitarra, e dois membros originalmente da banda de Belew, Rick Fox nos teclados e Michael Hodges na bateria. A excursão foi um sucesso, correndo o mundo, inclusive o Brasil. Em boa parte das cidades os fãs podiam escolher o repertório da noite através de uma votação feita via telefone.

Com a "Sound + Vision Tour" durando o ano 1990, só em 1991 sua outra banda lança o segundo disco, Tin Machine II. Salvo a polêmica capa com uma foto de quatro estatuetas gregas masculinas nuas, que acabaram devidamente censuradas nos Estados Unidos, o disco foi totalmente ignorado. Voltam a fazer alguns shows no Reino Unido durante o Outono. Para divulgação, uma apresentação na BBC-TV1, no programa Paramount City, onde Gabrels usa um vibrador na guitarra e leva os técnicos da emissora a loucura tentando esconder o utensílio com ângulos alternativos de câmara. A banda ainda lançaria um álbum ao vivo sem o Bowie que teve pouquíssima divulgação. Bowie diria que sua experiência com Tin Machine lhe serviu para direcionar a sua carreira de volta ao experimentalismo.

Durante o exílio da qual ele se submete em Berlim, no final da década de setenta, ele abandona sua bissexsualidade e androginia em geral. David Bowie passa a ter sua vida amorosa bem mais regida por uma conduta heterossexual a partir da década de oitenta. Abandona seus excessos com bebidas, sexo e drogas e investe no relacionamento com seu filho. Em meados da década fica noivo por dois anos com a modelo Melissa Hurley mas após um período novamente solteiro, em Outubro de 1990, Bowie encontraria o amor de sua vida. Ao conhecer uma modelo nascida na Somalia, Iman Abul Majid, ele imediatamente se apaixona. Namoraram durante o ano de 1991 e casam em Abril de 1992, permanecendo casados até a presente data.

Com sua vida amorosa em dia, Bowie, feliz como nunca, volta ao estúdio pensando na sua carreira solo. Novamente ao lado do talentoso produtor Nile Rodgers, David grava o disco "Black Tie White Noise". Bowie novamente tenta ser pioneiro oferecendo um dos primeiros CD/CD-R's da industria, em 1994 através de uma subsidiaria da RCA chamada Savage que pouco depois faliu, levando o disco a sumir das lojas. O disco marca a volta de Bowie como saxofonista, instrumento que marcara o inicio de sua carreira. O disco oferece diversos convidados, inclusive a volta da dupla Bowie e Ronson que regravam "I Feel Free" do Cream. Mick Ronson viria a falecer pouco depois, de câncer no fígado aos 45 anos. Outros músicos convidados são Wild T, guitarrista de Trinidad, regravando "I Know It's Gonna Happen Someday" de Morrisey, Mike Garson, outro membro do Spider From Mars, Lester Bowie, trumpetista que David Bowie define como um sujeito que tem um herança bem Miles de tocar. Nile Rodgers aproveita e toca guitarra rítmica, Sterling Campbell na bateria, Barry Campbell no baixo, Phillip Saisse nos teclados e Richard Hilton no sintetizador. David termina o ano falando em voltar a gravar com Tin Machine.

Ao invés disso, em 1995 participa do disco solo de Reeves Gabrels, ainda seu guitarrista, para depois gravar a trilha sonora "The Buddha of Suburbia" com várias faixas instrumentais. No ano seguinte, em Nova York, filma "Basquiat", a historia de Jean Michel Basquiat, um grafiteiro antisocial das ruas de Nova York "descoberto" pela elite artística da cidade, graças a Andy Warhol que vê no rapaz um talento autêntico. Bowie faz incrivelmente bem o seu papel de Andy Warhol, um amigo antigo, já falecido.

Se associa novamente com Brian Eno para o primeiro disco que eleva novamente o nível de sua carreira, segundo a critica. Com o CD "1.Outside", lançado em Setembro, temos uma pretensiosa mini peça que se apresenta como uma espécie de diário, tentando captar a atmosfera desses últimos cinco anos de milênio. O diário é de um detetive tentando encontrar um serial killer. O primeiro álbum conceitual dele em mais de quinze anos. Bowie também inaugura seu primeiro web site oficial davidbowie.com.

Ele então se aventura a excursionar novamente em grande escala começando por Inglaterra em Novembro. Na banda estão Carlos Alomar e Reeves Gabrels nas guitarras, Mike Garson no piano, Gail Ann Dorsey, no baixo, Peter Schwartz nos sintetizadores, Zachary Alford na bateria e ajudando no backing vocals, George Simms. Viajou os Estados Unidos com a banda Nine Inch Nails com intuito de angariar uma audiência mais jovem porem a maior parte do público assistia o primeiro show e depois ia embora antes Bowie subir ao palco.

No final de 1996 Bowie grava "Earthling" pesadamente influenciado em techno, jungle e drum'n'bass. Os músicos são uma versão menor de sua banda da excursão anterior, Mike Garson no piano, Reeves Gabrels na guitarra, Zach Alford na bateria e Gail Ann Dorsey no baixo. Concebido em sua maior parte, durante a excursão de "1.Outside", o grosso do disco foi gravado e produzido no tempo inacreditável de onze dias. A mixagem por sua vez foi feito lenta e meticulosamente. Mixagens alternativas foram oferecidas via seu web site, que registrou uma média de 10.000 downloads com 300.000 visitas por dia, e discos promocionais. O CD foi lançado em Janeiro de 1997. Novamente recebendo excelentes criticas, Bowie desta vez excursiona o mundo, passando inclusive pelo Brasil.

Seu trabalho seguinte, "Hours..." de 1999 já não é tão bem visto pela critica, apesar de um admirável trabalho gráfico realizado por Bowie. Todas as composições são em dupla com seu guitarrista Reeves Gabrels. O disco é bastante aberto, sem uma linha bem definida e tem entre os músicos, naturalmente David Bowie que além de cantar está tocando violão e teclados, Chris Haskett na guitarra rítmica, Reeves Gabrels em diversas guitarras e sintetizadores, além de programação de bateria eletrônica, Everett Bradley nas percussões, Mike Levesque como também Sterling Campbell na bateria, Mark Plati no baixo, guitarra, melotron e sintetizador, e finalmente Holly Palmer ajudando no backing vocal. Bowie, Gabrels e Plati co-produzem o álbum enquanto Mark Plati também se responsabiliza como engenheiro de som.

Como jogada de marketing, este foi o primeiro disco totalmente disponível gratuitamente através de download pela net, sendo oferecido com duas semana de antecedência ao seu lançamento oficial nas lojas. Na era dos computadores, Bowie faz uma apresentação ao vivo no dia 16 de Junho no Roseland Ballroom em Nova York, exclusivamente para membros do BowieNet, um clube dentro do seu site davidbowie.com. Um dos artistas mais ligados à rede mundial de computadores na década, Bowie inaugura o BowieBanc.com, onde você pode ter um talão de cheque ou cartão de credito com a imagem do artista. A instituição financeira por trás do empreendimento é USABancShares.com.

Além da bela jogada financeira, David continua investindo pesado em sua carreira. Em 2000, é pai novamente, nascendo sua filha Alexandria. No mesmo ano resolve presentear seus fãs ao lançar um CD duplo intitulado “Bowie At The Beeb”, gravações que o cantor realizou para a emissora britânica BBC e que tangem a primeira metade de sua carreira. Como bônus, as primeiras edições são acompanhadas de um CD bônus, gravado ao vivo no dia 27 de Junho do mesmo ano, no BB Radio Theatre.

Em 2002, David lança o seu último disco solo, “Heathen”, que é bem recebido por crítica e público, apesar de não ser um grande sucesso de vendas. No mesmo ano parte em uma pequena turnê chamado “E2” com o músico Moby, mostrando sua sintonia com as novas gerações. Em “Heathen”, grava canções de alguns artistas, entre eles Pixies (“Cactus”) e Neil Young (“I’ve Been Waiting For You”) e convida Pete Townshend e David Grohl para as gravações. No início de 2003, Bowie lança um dos poucos discos que não foi lançando em CD, o disco “Ziggy Stardust And The Spiders From Mars - The Motion Picture”, além de uma nova cópia do filme em DVD.

A discografia abaixo conta apenas com os discos de estúdio. Ficaram de fora as compilações, os ao vivo e os discos gravados com o Tin Machine.

1967 - David Bowie
1970 - The Man Who Sold The World
1971 - Hunky Dory
1972 - The Rise And Fall Of Ziggy Stardust
1973 - Aladdin Sane
1973 - Pin Ups
1974 - Diamond Dogs
1975 - Young Americans
1976 - Station To Station
1977 - Heroes
1977 - Low
1979 - Lodger
1979 - Scary Monsters
1983 - Let's Dance
1984 - Tonight
1986 - Labyrinth (From The Original Soundtrack Of The Jim Henson Film)
1987 - Never Let Me Down
1993 - Black Tie White Noise
1993 - The Buddha Of Suburbia
1995 - Outside
1997 - Earthling
1999 - Hours

1999 - Space Oddity
2002 - Heathen
2003 - Reality

Janus Discography


Janus é um grupo de darkwave alemão que incorpora sonoridades que vão do neoclássico ao rock industrial.
Se você gosta de Unheilig, certamente vai gostar de Janus.

Banda: Janus
País: Alemanha
Membros: Dirk "Rig" Riegert e Tobias "Toby" Hahn
Gênero: darkwave, Industrial Rock, Neoclassical
Site
Myspace

Fading Colours Discography


Antigamente se chamavam Bruno The Questionable, baseado no personagem do grupo Monthy Pyton, Rei Bruno, o Questionável. Quando lançaram esse primeiro disco, mudaram para Fading Colors.
Simples, com belos arranjos e vocais femininos, o grupo prima por um gothic rock com algumas raízes post-punk, mas sem apelar para nenhuma forma consagrada do estilo. As guitarras remetem ao The Cult na sua fase mais hardrock.
Uma coisa que chama a atenção é a evolução no som que eles fazem ao longo da carreira, se desvinculando totalmente do gothic rock no último disco, onde incorpora sonoridades do trip-hop e se torna, com isso, um grupo mais voltado para o darkwave.

Banda: Fading Colours
Gênero: Gothic Rock, Trip-Hop, Darkwave
Integrantes: De Coy, Daniel Kleczynski e Leszek Rakowski
Site
Myspace

Nosferatu Discography


Uma das mais clássicas bandas de gothic rock.
Ela pertence a segunda geração de bandas de gothic rock e também é bem sucedida nessa empreitada. Surgida no final da década de oitenta, sua sonoridade busca um distanciamento da proposta que bandas como Sisters of Mercy faziam na época. Então pegam elementos de estilos como new wave, por exemplo, se distanciando bastante do passado post-punk do estilo.


Louis DeWray
- vocal
Damien DeVille - guitarra
Nevyn - baixo
Chrys Columbine – teclado, piano e vocal
Belle - bateria
6 - guitarra

site oficial

myspace

1992 – Legend
1993 - Inside The Devil (Single)
1993 - Rise
1994 - Prophecy
1996 - Prince Of Darkness
1998 - Lord Of The Flies
1999 - Re-Vamped
2000 - Reflections Through A Darker Glass
Trax From Compilations

Bi-2 Discography

Vamos lá galerinha que acompanha nosso blog.
Dessa vez eu mostro a vocês uma banda pouco conhecida no ocidente, mas que é muito importante para a cena russa.
O Bi-2 é um grupo de post-punk, que surgiu ainda na década de oitenta. Durante esse tempo, as gravações do grupo se pauta apenas em demos e discos lançados de forma independente.
Durante um tempo, viajando por países como Israel e, finalmente, Austrália, conheceram Dino Molinaro e Michael Aliani, ex-membros do grupo Ikon e, durante um curto período de tempo, montaram o Chiron.
Ao retornarem à Russia, em 1998, a tentativa de lançamento de um disco, o "Bespolaya i Grustnaya Lubov", arruinou o selo que o Bi-2 tinha. Culpa da crise financeira de 1998.
Hoje gozam de um grande prestígio dentro da Rússia, com diversos cds piratas (bootlegs) e apresentações na televisão.

Membros
Шура (Shura): guitarra e vocal
Лёва (Lyova): vocal, guitarra e letras
Андрей Звонков (Andrey Zvonkov): guitarra
Максим Андрющенко (Maksim Andryushchenko): Baixo
Борис Лифшиц (Boris Lifshits): bateria
Яник Николенко (Yanik Nikolenko): teclado
Site Oficial


2000 - Bi
2001 - Fellini Tour
2001 - Mjau Kiss Mi
2001 - Moja Ljubov'
2001 - Volki
2002 - Drum[a]
2003 - Pesok
2004 - Bespolaja I Grustnaja Ljubov
2004 - Inomarki
2005 - Medlennaja Zvezda
2005 - Nechetnyj Voin
2006 - Moloko
2008 - Muza (Single)
2008 - Nechetnyj Voin 2

The Awakening Discography

The Awakening é um grupo de gothic rock oriundo da África do Sul. Liderado pelo vocalista e guitarrista Ashton Nyte, eles têm mostrado até onde a música gótica pode chegar no mundo.
Antes do The Awakening surgir, Ashton era membro do Martyr's Image, em 1994. Um ano depois, ele juntaria o baixista da sua antiga banda Jenni Hazell e o guitarrista Philip Booyens para um novo projeto, que a princípio seria chamado de Children of the Torch, que foi mudado posteriormente para The Awakening.
Após o primeiro concerto do novo projeto, o líder começa a produção do primeiro disco, Risen. Esse álbum conta com o cover de Simon and Garfunkel, The Sounds of Silence. O single desse disco atingiu o primeiro lugar nas paradas de sucesso na África do Sul.
Após o sucesso, Ashton investiu em um estúdio e nele produziu o seu segundo disco, Reques, no ano de 1998. Nesse mesmo ano lança também um selo próprio, Intervention Arts. Esse selo serviu também para atender a demanda européia pelos discos da banda, relançando os dois primeiros discos em versão remasterizada.
Atualmente, o grupo fixou residência nos Estados Unidos em 2009 e lança um dos discos mais aclamados, o Tales of Absolution and Obsoletion.
Musicalmente, o grupo toca um gothic rock que em muitos momentos flerta com o metal (sobretudo nos penúltimos discos), com o gothic rock tradicional e igualmente com o gothic rock mais moderno. Isso mostra como é possível aliar a tradição com a renovação sem precisar apelar para formular prontas e, ainda sim, continuar com um som contagiante.
Ashton Nyte também tem uma carreira solo, com uma sonoridade próxima da do grupo finlandês HIM.

Banda: The Awakening
País: África do Sul, mas atualmente morando nos EUA
Integrantes:Ashton Nyte - vocal e guitarra
Tiavi Rudow - guitarra
Leesa Jozsa - baixo
Rose Mortem - piano, sintetizador
Rici7 - bateria
Site Oficial
Myspace

1997 - Risen
1998 - Request
1999 - Ethereal Menace
1999 - The March
2000 - The Fourth Seal of Zeen
2002 - Roadside Heretics
2003 - Sacrificial Etchings best of
2004 - Darker Than Silence
2006 - Razor Burn
2007 - Vampyre Girl
2009 - Tales of Absolution and Obsoletion

Ordo Equitum Solis Discography

Eu gosto do trabalho deles. Estes italianos fazem um trabalho bonito, que vai do Ethereal ao Dark Ambient.
É um grupo que não deve em nada a grandes nomes como o Dead Can Dance e mesmo
Ouçam todo o clima e a magia do som do Ordo Equitum Solis.



Banda: Ordo Equitum Solis
País: Itália
Integrantes: Leithana (França) e Deraclamo (Italia)

1990 - Solstitii Temporis Sensus
1991 - Animi Aegritudo
1993 - OES
1994 - Paraskenia
1995 - Hecate
1998 - Signs
1999 - Octo
1999 - Planetes
2000 - Metamorphosis - Personam Impon

Grendel Discography

Faz tempo que nao coloco nada no blog. Então, cá estamos de volta, com mais uma discografia interessante.
Se você for fã de Suicide Commando e Tatical Sekt certamente vai curtir o som deles.

Banda: Grendel
Estilo: EBM/Terror EBM, Dark Electro
País: Holanda
Membros: M4RC, Marco Visconti e VLRK
Site Oficial
Myspace

2001 - Inhumane Amusement
2002 - End Of Ages
2004 - Prescription Medicide
2005 - Soilbleed
2006 - Soilbleed Redux (Bonus tracks)
2007 - Harsh Generation

A Covenant Of Thorns Discography

Olha, é um dos trabalhos mais interessantes que encontrei nesses últimos tempos.
A Covenant of Thorns mistura darkwave e synthpop para criar um som muito bonito, cheio de melodias sombrias e dançantes, com aquele clima nostálgico e melancólico.
Se você curte Clan of Xymox e Depeche Mode certamente vai gostar de A Convenant of Thorns.



1999 - Hallowed & Hollow
2005 - If The Heavens Should Fall

Podcast

Sim, vocês viram direito. Começaremos a ter por aqui também um podcast dedicado aos estilos abordados no fórum. Como primeiro, esse ainda está muito “cru” e com uma abertura horrível.

Espero que curtam o podcast e aceito sugestões via shoutbox. E o setlist desse é o seguinte:
1. Leningrad Sandwich - Pulse
2. Fading Colours - Black Horse
3. Nosferatu - Inside The Devil
4. Paralysed Age - Bloodsucker
5. Bleeding Nature - Ne Ostavljaj Menja
6. Moulin noir - America Mirage
7. Human Drama - Let the Darkness In
8. SPEED-iD - VOICE FROM DARKNESS
9. Whispers In The Shadow - Killing Time (The House Of Usher Remix)
10. Noyce TM - The Last Effort

Caso você não queira ouvir via streaming e deseja baixar o podcast, aqui vão duas opções:

Mp3
Ogg

O Quam Tristis Discography

O Quam Tristis é um dos meus grupos favoritos da cena gótica francesa. Formado por membros do Opera Multi Steel e Collection D"Arnell Andrea, o seu som mescla música medieval, eletrônica, darkwave e outras coisas, tornando a sua sonoridade algo muito rico e muito inovador.


2000 - Funérailles Des Petits Enfants
2002 - Le Rituel Sacré
2005 - Meditations Ultimes
2008 - Les Chants Funestes

Circus Contraption Discography


Bem, o que falar desse projeto?
A começar, além da parte musical, há todo um trabalho artistico, onde o Circus mistura os gêneros burlescos, circenses e vaudeville (como aqueles circos de aberrações). Sua sonoridade é decadente e alegre ao mesmo tempo. Confiram.

2001 - Our Latest Catalogue
2004 - Gallimaufry
2005 - Grand American Traveling Dime Museum
2008 - The Half Wit's Descent

The Breath Of Life

Country: Belgium
Genre: Gothic Rock/Darkwave
Myspace/Site

1994 - Taste Of Sorrow
1996 - Lost Children
1998 - Sweet Party
2000 - Silver Drops
2005 - Everlasting Souls

Beloved Enemy - Enemy Mine (2007)

Banda de gothic metal bem interessante. Para quem curte Type O Negative ou mesmo The 69 eyes.


1. Drowning
2. Virus Undead
3. The Other Side
4. Lorraine
5. Enemy Mine
6. Fuck me back to life
7. Interlude: Ocean
8. The Others
9. Cyanight
10. Rain
11. Fake
12. Finden
13. The Ground beneath your feet

Download

Scary Bitches - The Island Of The Damned (2009)

Novo disco do Scary Bitches. Mais dançante, eletrônico e com um toque de sarcasmo inconfundível. Destaque para Island of the Damned e Deathrock Baby.


1. The Island Of The Damned (4:57)
2. Deathrock Baby (3:35)
3. Lung Cancer (4:05)
4. Come Dance With Me (4:01)
5. We Must Conform (3:31)
6. Fifteen For The Bogeyman (3:08)
7. Bats (5:18)
8. My Little Itch (3:44)
9. Bungalowland (3:08)
10. We Were Sensible People (3:57)
11. House Of The Misery House Of Pain (5:16)
12. Doppelganger (2:53)

Download

Imaginary Dark Collection Volume 2: Doom Metal

Aos amantes de doom metal eu dedico essa segunda compilação. Faz um bom tempo que não upo doom no blog (coisa que talvez eu solucione).
Essa compilação tem muita banda legal de doom que vocês deveriam conhecer.



Disc One
1. The Fall Of Every Season - From Below (11:53)
2. 1000 Funerals - Final Wish (7:12)
3. Ankhagram - No Fate (10:00)
4. Ixion - Cold Stars (5:48)
5. Painful Memories - Why? (11:00)
6. Insanity Reigns Supreme - Blasphemy (4:11)
7. Gardens of Gehenna - Iesaiah 14:12 (6:39)
8. Esoteric - Caucus of Mind (7:22)
9. Celestial Season - Soft Embalmer Of The Still Midnight (6:45)
10. Blood Farmers - Orgy of the Rats (7:18)

Disc Two

1. Candlemass - At The Gallows End (5:49)
2. Anathema - Lovelorn Rhapsody (6:25)
3. Amorphis - The Gathering (4:15)
4. Katatonia - Without God (6:48)
5. My Dying Bride - The Cry of Mankind (12:13)
6. Nauthisuruz - Whisper of a soul (4:03)
7. Oceans Of Sadness - Self-fulfilling Prophecy (5:09)
8. Desire - Chapter XI: The Weep Of A Mournful Dusk (13:13)
9. Horrors Of The Black Museum - The Voodoo That You Do (11:00)
10. Saturnus - Inflame Thy Heart (6:43)
11. My Silent Wake - The Mist (3:01)

Download

Nouvelle Vague Discography

Conhecida por regravar clássicos dos anos 80 de bandas como The sisters of mercy, Joy division e New Order, a banda ainda conta com participaçãoes especiais no novo álbum NV3, como Martin Gore do Depeche Mode e Ian McCulloch do Echo & the Bunnymen.

Country: France
Genre: New Wave
Myspace/Site

2004 - Nouvelle Vague
2006 - Bande À Part
2007 - LateNightTales
2009 - NV3

 
©2009 Imaginary Dark